
-Professor pesquisador-

YHULDS BUENO
Ponta Porã Linha do Tempo: Narrativa de fatos históricos. Eventos que contribuíram para o desenvolvimento da região fronteiriça.
- Yhulds Giovani Pereira Bueno.
No decorrer do desenvolvimento da região fronteiriça, muitos eventos contribuíram para a formação de vilas e colônias e as regiões sul-mato-grossenses, estas serviam de ponto de parada para comitivas de tropeiros e viajantes que chegavam para fixar morada.
Foto de 1919 de Luiz Alfredo M. Magalhães. Publicada no livro um Homem de Seu Tempo, uma biografia de Aral Moreira, “intensa movimentação das carretas ervateiras”. Isso se deu no início do século na região fronteiriça, onde muitos desbravadores oriundos das mais diversas localidades e regiões do Brasil, principalmente do Sul do país, iniciaram seus cultivos e criações, nas estancias (fazendas) que estavam se formando na fronteira.
Mas anterior a essa grande migração, imigração e emigração de povos oriundos dos mais diversos lugares do país e do mundo, em especial de sulistas e paulistas. Os primeiros a se aventurar pelas vastas terras da região Oeste e Sul do Brasil, estes citados em arquivos históricos, pois tinham como objetivo desbravar a grande imensidão de terras da região de Mato Grosso, onde hoje é o Estado de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do sul, foram os bandeirantes: Antônio Castanho da Silva, Jerônimo Bueno e Jerônimo da silva no período 1622, Francisco Pedroso Xavier em 1638, Antônio Pereira de Azevedo e Raposo Tavares em 1648, Campos Bicudo 1691 e Pascoal Moreira Cabral Leme 1718.


Imagem publicada no livro de Marco Rossi, Ponta Porã 100 anos, 2012. Fonte: Mapa imagens da formação territorial brasileira, Fundação Odebrecht, Rio de Janeiro, 1993. Mapa de 1798 da região em que dois séculos depois nasceria à cidade de Ponta Porã.
A intensão de tais exploradores neste período histórico da formação territorial do Brasil era de tentar descobrir riquezas minerais, ouro, prata e pedras preciosas indo à busca de lendas sobre as riquezas existentes na região em torno do “mar de xaraés”. Que segundo estudiosos e pesquisadores era um mar interno que existiu a cerca de milhões de anos no coração da América do Sul, principalmente na Região do Pantanal Sul-mato-grossense, este localizado nas nascentes do rio Paraguai, o local de existência do “mar de xaraés” foi retratado por cartógrafos e cronistas naturais da Espanha, no período histórico do século XVII, segundo informações e relatos de exploradores que estiveram na região mencionando um grande mar, isso se deu devido à interpretação equivocados dos observadores que aqui estiveram, pois na época as cheias do Pantanal vislumbravam e desconheciam tal fenômeno, neste período histórico.
“O nome de Xaraiés significa "donos do rio" e foi aplicado a uma tribo indígena que existiu na região de Cáceres, Mato Grosso”. Fonte http://www.paginaunica.com.br/
A fronteira pós-guerra do “Paraguai” foi muito procurada, era um grande atrativo as vastas terras aqui existentes, durante a sua evolução histórica, alguns eventos se destacam dos demais, podendo ser citados as reinvindicações comerciais que giravam em torno da “erva mate” até o fim da Companhia Matte Larangeiras, 11º Regimento de Cavalaria sendo comandado por Eurico Gaspar Dutra que foi o décimo sexto presidente do Brasil no período de 31.01.1946 a 31.01.1951, na atualidade o “11ºRC. MEC” em homenagem a tal celebre figura nacional denomina-se “Marechal Eurico Gaspar Dutra”, Revolução de 1932 onde políticos entre outros nomes de referencia da fronteira se envolveram, como Aral Moreira que foi prefeito de Ponta Porã no período de 23.01.1928 a 15.10.1929, Juvenal Fróes que foi prefeito de Ponta Porã 18.01.1979 a 04.12.1980 e a criação do Território Federal pelo então Presidente neste período Histórico Getúlio Vargas, de 13.09.1943 a 18.09.1946.

Nesta foto, Ponta Porã 1938 visita do então Presidente da República Getúlio Vargas a fazenda Pacurí, juntamente com militares do 11 RC I, foi o primeiro presidente a visitar a região.
Anterior à visita do Presidente Getúlio Vargas, nos anais da história da região fronteiriça, Ponta Porã recebeu a célere visita o neto de D. Pedro II, o príncipe Dom Pedro de Orleans e Bragança, que veio conhecer tal região de acontecimentos épicos, esses entre outros eventos despertavam curiosidades e orgulho a população. Tal fato foi registrado no jornal “Progresso” 30 de janeiro de 1927, e relatado no livro, “Um homem de seu tempo uma biografia de Aral Moreira” de Luiz Alfredo Marques Magalhães. 2011.
Ponta Porã e rica em acontecimentos marcantes para história nacional, estes, entre outros eventos épicos, serviram e ainda servem de atrativo para novos e futuros viajantes, que se apaixonam pela “princesinha dos ervais”.
As mudanças se fazem necessárias o progresso é uma ferramenta que vem auxiliar o desenvolvimento sócio econômico, politico e cultural de uma região, estes acontecimentos contribuíram para a formação de uma cidade, os pioneiros do passado devem ser reverenciados e nunca esquecidos pelas novas e futuras gerações, que seus feitos sejam a herança histórica e cultural para seus descendentes, e que os mesmos prossigam e nunca deixem de lutar e concretizar um ideal. Resgatar fatos épicos de uma região é respeitar quem deixou suas marcas na história para ser contada.
Pesquisador e historiador: Yhulds Giovani Pereira Bueno. Pós-graduado em Metodologia Cinetífica em História e Geografia. Professor de qualificação profissional, gestão e logística (Programas Municipais, Estaduais e Federais). Professor coordenador da Rede Municipal de Educação, membro do Grupo Xiru do CTG – Querência da Saudade – Ponta Porã – MS.
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